Com a chamada do cartaz da 1ª Marcha do Orgulho Trans Pelas vidas Trans, pelos nomes Trans, pelo empoderamento Trans. Independência! Não à morte. A população de travestis, mulheres transexuais e homens trans marcharam nesse sete de setembro pelas ruas do centro histórico de Salvador. A idéia foi originada a partir da 1ª marcha do orgulho Trans de São Paulo. Essa proposta fora apresentada para um grupo de pessoas trans reunidas no casarão da diversidade que decidiram bancar essa atividade e a partir daí esse grupo coletivo e diversos foi o produtor dessa ação.
A Marcha mostrou em si que ainda é primordial deixar que as pessoas trans falem e protagonizem as suas histórias, ainda é preciso dar voz e vez a que, quase nunca teve esses privilégios de protagonizar e falar por sí só. Ainda precisamos aprender muito com essas meninas e meninos.
“É importante estar na rua nesse dia clamando a Independência dos nossos corpos e das nossas vidas” “É preciso falar para a sociedade que nos assiste que não queremos destruir a família de ninguém, queremos construir as nossas” “Reivindicamos empregos formais e que não tenhamos que nos ocultar dentro de uma identidade para conseguir empregos”. Fora algumas das palavras de ordem durante a Marcha. O ponto alto foi ao chegar na Praça da Sé e fazer referências as prostitutas que lá trabalham pedindo atenção para a profissão de prostitutas que fazem dessa praça o seu local de trabalho. Ver as prostitutas aplaudindo a passagem foi também muito impactante.
Durante todo o percurso aplausos, olhares atravessados, um pouco de indiferença, e bastante apoio das pessoas que se somavam marchando com a população trans apoiando também o orgulho dessa população que ainda não tem muito o que comemorar dado os alarmantes casos de assassinatos que vitimizam essas pessoas.
Não importa o número de participantes, importa para quem marchou o momento impar e pioneiro. A cara foi mostrada de fato como ela é, as parcerias de pessoas cis também foram importantes pois essas são aliadas de fato, desses aliados que se pode contar a qualquer momento.
Hoje foi um dia especial pode se perceber que a batalha que essa população trava ainda está longe de ser vencida, mas essa ação deu uma energizada muito boa rumo as novas batalhas que serão travadas, responder ao chamado e desfraldar a bandeira Trans, e carregar cartazes em marcha pela primeira vez aqui na Bahia é um alento enorme no ego de quem faz dessa luta o caminho para que o Brasil possa se colocar novamente no rumo.
Desfilar em espaços que antes não lhes era permitido transitar sequer durante o dia, diz exatamente a potência que é a mobilização coletiva, responde de fato a perguntas que ficaram sem repostas por muito tempo. Não tem mais volta, o armário nunca foi morada da população trans e certamente nele elas não querem estar.
A marcha se encerrou as 17:30 com um ato público no Terreiro de Jesus onde foram chamadas palavras de ordem e discursos proferido pelos participantes.
2 comentários sobre “MARCHA DO ORGULHO TRANS. AINDA É PRECISO DAR VOZ E VEZ A ESSAS PESSOAS”
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