A LGBTIfobia saiu do armário e diariamente assina nosso atestado de óbito.

Direitos e Política, Violência
A violência LGBTIfóbica no Brasil em uma semana (27/05 a 03/06/2019):
 
– 5 Travestis Assassinadas (tiros, pauladas, espancamento, corpo incendiado)
 
– Lésbica encontrada morta com sinais de espancamento e violência sexual
 
– Homem gay encontrado morto em matagal com sinais de espancamento
 
– Homem trans vitima de estupro corretivo
 
– Mulher trans internada compulsoriamente pela família
 
– Homem trans se suicida (assassinato social).
 
– Diversos ataques homofóbicos
 
– Psicólogos a favor da ”Cura-gay” lançam candidatura no CFP
 
Estes são apenas os casos que chegam através das redes sociais. Estimamos que sejam muito mais diante pelo agravamento da violência cotidiana que identificamos nos relatos e casos que conseguem ser trazidos ao público, e pela inexistência de dados e estatísticas oficiais.
 
O serviço Disque 100, do governo federal, registrou 4,6 denúncias por dia contra a comunidade LGBT durante o ano de 2018.
 
Há dificuldade de levantar dados de violência LGBTIfobica nos atendimentos de saúde, assim como nas delegacias e IML que muitas vezes não identificam a orientação sexual ou identidade de gênero das vitimas – apesar de haver campo para tal, assim como não constam os motivos presumidos, visto que não há um qualificador ou a tipificação de crimes específicos contra a nossa população. E os dados acabam se perdendo na invisibilidade quase intencional das instituições.
 
Quando falamos em suicídio, há um total silenciamento ou apagamento dos casos e suas motivações, e em muitos casos familiares tentam impedir a veiculação do suicido.
 
Criminalizar uma violência específica é tirar da invisibilidade, reconhecer a existência e discutir formar de enfrentar esta feriada aberta que aumenta a cada ano. A partir da criminalização podemos pensar em levantamento de dados, campanhas focais, mapeamento dos índices e marcadores da violência e combater a impunidade. Além de pensar ações educativas e preventivas para as questões de LGBTIfobia familiar, institucional e social.
 
Vivemos uma luta constante contra a violência LGBTIfóbica, onde matar é o ápice da desigualdade (Butler) e neste momento em que estamos o brasileiro, incentivado por seus líderes, abandonou ‘máscara’ de cordial e assumiu sua intolerância.
 
A LGBTIfobia saiu do armário e diariamente assina nosso atestado de óbito.
 
Bruna Benevides
Secretária de Articulação Politica da ANTRA
#ÉcrimeSim
#criminalizastf (1)