ANTRA faz Nota de Apoio a Indianare Siqueira

Direitos e Política

 

NOTA PUBLICA DA ANTRA SOBRE O INDEFERIMENTO DA CANDIDATURA DE INDIANARA SIQUEIRA

Recebemos com indignação a notícia do indeferimento / impedimento da candidatura de Indianara Siqueira para DePUTAda Federal pelo estado do Rio de Janeiro. Mesmo tendo tido êxito ao alcançar o título de vereadora suplente na capital do estado em 2016.
Em tempos de representatividade e conquistas de direitos de nossa população, é inaceitável essa tentativa de apagamento da luta de pessoas comprometidas com o social e que, mesmo sem apoio institucional, tem seguido em frente com o compromisso que sempre teve pela população trans.
Indianara é uma das pessoas que contribuiu para a fundação do movimento nacional de Travestis e Transexuais, participou de decisões, disputas e construções importantes, além de ser idealizadora de diversos projetos como o pré vestibular social Preparanem em 2015, que é responsável pelo resgate da escolaridade perdida de Travestis e Transexuais e que inspirou diversos projetos similares em vários estados; assim como fundou a CasaNem, que é a primeira casa de acolhida para pessoas LGBTI, com foco na pessoas trans, em situação de rua no Brasil.
Temos plena convicção de que partidos são ferramentas e meios para lutarmos pelos direitos de nossa população. Mas esses não detêm os direitos sobre nossas pautas. Elas são nossas. E temos visto com olhos cuidadosos e preocupadas a tentativa de desmobilização e pouco investimento nas candidaturas trans em diversos espaços.
Precisamos apoiar essas que se dedicam a disputar espaços de cisgeneridade hegemônica, a fim de fortalecer e incentivar cada vez mais candidaturas de pessoas que de fato nos representam e tenham compromisso com a transformação social que esperamos.
É inegável o papel que Indianara representa na construção do movimento social e como ferrenha batalhadora pelo direito das prostitutas e daquelas pessoas que se encontram em extrema vulnerabilidade.
Desta forma, ratificamos nosso apoio à candidatura e repudiamos qualquer tentativa de silenciamento desta voz potente, que traz consigo a voz de tantas pessoas que estão excluídas deste processo.
Força Indianara Siqueira!

Salvador, BA; 27 de junho de 2018.

 

Keila Simpson
Presidenta da ANTRA

Decisão do STF regulamentada no Pará

Direitos e Política

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Publicado hoje, 12/06, o provimento que reconhece o direito das pessoas Trans do estado do Pará a mudarem de nome sem necessidade de cirurgia ou laudos médicos, por autodeclaração diretamente nos cartórios. Se tornando o 7º estado a reconhecer o direito assegurado na decisão do STF, de 1º de março de 2018, no julgamento da ADI 4275.

A informação foi passada por Renata Taylor, afiliada ANTRA que comemorou a publicação.

”Diante da provocação do CEDS-Pará juntos ao TJE, hoje obtivemos em diário oficial os provimentos sobre a regulamentação da mudança de pré-nome e gênero para pessoas Travestis e Transexuais junto ao documento de certidão de nascimento, conforme decisão do STF. ”

Renata Taylor

Renata Taylor – Reprodução

ANTRA entra com pedido e o Rio de Janeiro Aguarda Regulamentação.

Desde a Decisão do STF sobre a ADI nº 4275, em 01 de março de 2018, temos visto uma comoção nacional a respeito da regulamentação do direito ao nome e livre expressão da identidade de gênero, com a possibilidade de retificação de nome e sexo (registral) nos registros civis, sem a necessidade de cirurgia para a população de Travestis e Transexuais Brasileiras.

O STF citou e decidiu inclusive concordando com a decisão da CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos) que determinou que seus países membros criem mecanismos para a troca de identidade de gênero no registro civil.

Segundo a corte, a concessão dessas mudanças deve ser condicionada à vontade do indivíduo e à ideia que ele tem de si mesmo. Por AUTODETERMINAÇÃO. Não devem ser exigidos certificados médicos, psicológicos, operações ou terapias hormonais.

Na decisão, a Corte recomenda que isso seja feito em um processo administrativo, assim como acontece com a obtenção do registro geral ou do número de CPF no Brasil, por exemplo.

Garantindo que pode ser modificado nos documentos de identidade a imagem, o nome e a retificação da referência ao sexo ou ao gênero. A decisão destaca que isso pode valer inclusive para crianças.

Campanha ANTRA – Meu Nome Importa

Até o momento, já foram regulamentados provimentos em seis estados, garantido o acesso ao direito adquirido a população trans. De acordo com a ANTRA, o estados que regulamentaram a decisão do STF:

Ceará – 09/05/2018 – 1º A regulamentar
https://goo.gl/wYDWdG

Rio Grande do Sul – 18/05/2018
https://goo.gl/Ty9GA7

São Paulo – 21/05/2018
https://goo.gl/Xa31eW

Goiás – 22/05/2018
https://goo.gl/4wLMor

Sergipe – 24/05/2018
Diário n. 4915 de 24 de Maio de 2018 – Provimento 07/2018

Rio grande do Norte – 28/05/2018
https://goo.gl/E7i7aS

 

 

 

Nota Pública da ANTRA por declarações Transfóbicas de Diretor do Depto Nacional de Ist/Aids, HIV e Hepatites Virais

Direitos e Política, Notas e Ofícios

Salvador/BA, 11 de junho de 2018.

NOTA PÚBLICA DA ANTRA EM REFERENCIA AS DECLARAÇÕES DO DIRETOR SUBSTITUTO, GERSON PEREIRA DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE IST/AIDS E HEPATITES VIRAIS

A ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais, é uma Rede Nacional que iniciou suas atividades em 1993 na cidade do Rio de Janeiro, e tem como missão central ser um instrumento de luta para mobilizar em constituir um quadro político a fim de representar e referendar as Travestis e Mulheres Transexuais brasileiras, na busca de cidadania plena e equidade de direitos, e para desempenhar sua incumbência tem atuado na construção e proposição de políticas públicas que atendam as demandas das nossas 200 (duzentas) instituições afiliadas em todo país.

É de conhecimento geral de que as atitudes preconceituosas, neste caso em particular, transfóbicas (transfobia, refere-se ao preconceito à sua real Identidade de Gênero das Travestis e das Mulheres Transexuais), bem como discriminatórias, ainda fazem parte, infelizmente, do senso comum e da corriqueira cultura brasileira e, se pensarmos na diversidade humana existente, principalmente na população das Travestis e das Mulheres Transexuais, fica visível o quanto os direitos humanos, civis e sociais não são considerados legais.

Infelizmente, esse ainda é um imenso percentual populacional de nossa comunidade que ainda continua à margem da sociedade. Este recorte populacional demonstra o quanto à sociedade brasileira ainda é preconceituosa quando declara que a população das Travestis e das Mulheres Transexuais é tida por diferente, doente, anormal e pecadora, transgressora, promíscua e devassa.

O estigma é uma manifestação da falta da cidadania, porque restringe os direitos de forma discriminatória. Quando se busca a definição de cidadania como instrumento do sistema capitalista, que a utiliza como uma maneira de compensar as desigualdades sociais, pois a afirmação de que não existe cidadania sem garantias de direitos, não existe cidadania sem igualdade jurídica e sem equidade lícita para toda a população brasileira.

Neste sentido, a proposta ora aqui apresentada, tem como premissa, a retratação pública e oficial do Sr. Gerson Pereira, diretor substituto do Departamento Nacional de IST/AIDS e Hepatites Virais, que na entrevista dele à Folha de São Paulo, veiculada no Facebook, no dia 10/06/2018, afirma: “Embora os travestis e transexuais seja HSH, eles foram submetidos a uma pesquisa separada, por causa da maior discriminação a esse grupo. Muitos deles não procuram os postos de saúde porque não se sentem à vontade. Os que se submeteram à cirurgia de mudança de sexo, por exemplo, não pode ser atendidos por um ginecologista já que não tem aparelho genital feminino -, nem por um urologista porque não tem mais pênis. Por isso, há um projeto de abrir ambulatórios específicos para essa população”, que trata toda população das Travestis e Mulheres Transexuais como homens. O que tem constituído de fato e prioritariamente a luta das Travestis e Mulheres Transexuais, dentro deste movimento social e politicamente organizado é o uso e o respeito ao nome social (nome pelo qual as Travestis e Mulheres Transexuais preferem e desejam ser chamadas e identificadas cotidianamente, refletindo sua real identidade de gênero, em contraposição ao nome atribuído em registro civil de nascimento), em todos os setores da sociedade e a retificação (ou mudança) do prenome, sinalizando isto para avanços e limitações, e, identificando uma inclusão, marcada pela incompletude e caráter, meramente, precário e paliativo. O que caracteriza tal batalha é a afirmação por uma identidade feminina e politicamente já constituída, e a busca pela cidadania que vem, por decorrência, seguida da mesma. A identificação por um nome que comum e diariamente é usado por tal população, lhes confere, acima de tudo, dignidade e autoafirmação social, dentro de uma sociedade cisnormativa e preconceituosa.

Matéria completa com declarações Transfóbicas

Solicitamos também uma sensibilização, capacitação e qualificação profissional e por conseguintes ações socioeducativas voltadas à sociedade civil. A Cirurgia de Redesignação Sexual (Transgenetilazação) é o termo usado para os procedimentos cirúrgicos pelos quais a aparência física e a função das características genitais e sexuais de uma Mulher Transexual são modificadas para aquelas do sexo feminino desejado. É parte do acompanhamento clínico dentro Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS). Portanto os termos comumente usados como “mudança de sexo” é considerado impreciso, ou melhor, é incorreto, como declarou o Sr. Gerson Pereira.

Vale reconhecer que as Travestis e as Mulheres Transexuais não desejam tão simplesmente retificar nome e gênero nos seus registros civis de nascimento. Seus anseios são de serem reconhecidas como pertencente ao gênero feminino, oposto ao da sua genitália de nascença, por ser o mais adequado a sua saúde global. Esta adequação lhe é imposta de modo irresistível, escapando ao seu livre-arbítrio. Portanto, não devemos considerar o sexo apenas como um conjunto de caracteres físicos e genéticos; devemos a estes também agregar os caracteres psicológicos.

Deste modo, não podemos nos apegar a atitudes preconceituosas, assim como tais atitudes tem a mais profunda indignação da ANTRA. Além disso, analisar a intolerância, discriminação e preconceitos contra essa parcela da população brasileira e possibilitar à sociedade cisnormativa uma melhor compreensão de como ocorre a formação de grupos de intolerância, suas ideologias, e a repressão à violência por identidade de gênero e como é possível prevenir e combater essa prática, não apenas com ação policial, mas sim com ações de caráter social e psicológico, garantindo assim os direitos sociais, civis e humanos desta população.

Neste sentido, estamos apresentando esta proposta com o intuito de colocarmos em prática essas ações e contribuir contra todas as formas de discriminação e preconceitos existentes na sociedade atual.

E, nesta oportunidade requeremos que se abra e mantenha-se um diálogo construtivo, afim de forma inteligente e lógica, nutrindo com acolhimento as declarações assistidas pela ANTRA, tão importante no amparo das Travestis e das Mulheres Transexuais brasileiras, que são assistidas por essa Rede Nacional.

Sem mais.

Subscrevo-me,

Keila Simpson Sousa
Presidenta

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ANTRA entra com pedido na Corregedoria do Rio de Janeiro para regulamentação da Decisão do STF

Direitos e Política

O Fórum Estadual de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro (ForumTT_RJ), em parceria com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e Aliança Nacional LGBTI decidiram entrar com um pedido na Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Ministério Público (MP_RJ), OAB_RJ e Núcleo de Defesa dos Direitos Homoafetivos e Diversidade Sexual (NUDIVERSIS) , a fim de que seja discutida no estado do Rio de Janeiro, a regulamentação da decisão do STF que garantiu, em 1 de março deste ano, a retificação de nome e sexo (juridico) de Travestis e Transexuais no seus registros civis, de forma desburocratizada, a partir dos 18 anos e sem necessidade de cirurgia de redesignação sexual (CRS), laudos médicos ou qualquer outro tipo de comprovação, diretamente nos cartórios, por autodeclaração da/o requerente.

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Cristo Redentor

“É de suma importância a regulamentação nos cartórios dos registros públicos do Estado do Rio de Janeiro de forma a possibilitar a população de travestis, mulheres transexuais, homens trans e pessoas TransMasculinas a terem seu nome e genero retificados de forma desburocratizada. Infelizmente, na contramão dos outros estados da federação, o Rio de Janeiro se mantém inerte quanto essa questão e quanto ao cumprimento da ADI 4275/DF. Tendo em vista o elevado número de pessoas procurando os serviço e a inércia dos cartórios no cumprimento, bem como exigências de alguns membros do Ministério Publico que contrariam o que foi decidido pelo STF. Diante deste cenário, iremos protocolar pedido junto a Corregedoria Geral de Justiça para provocar uma manifestação formal do Corregedor. Iremos ainda oficiar o Nudiversis, o Ministério Publico e a Ordem dos Advogados do Brasil(RJ).” – Dra Maria Eduarda (Advogada)

ANTRA

Petição Corregedoria_RJ

Até o momento, já foram regulamentados provimentos em seis estados, garantido o acesso ao direito adquirido a população trans. De acordo com a ANTRA, o estados que regulamentaram a decisão do STF:

Ceará – 09/05/2018 – 1º A regulamentar
https://goo.gl/wYDWdG

Rio Grande do Sul – 18/05/2018
https://goo.gl/Ty9GA7

São Paulo – 21/05/2018
https://goo.gl/Xa31eW

Goiás – 22/05/2018
https://goo.gl/4wLMor

Sergipe – 24/05/2018
Diário n. 4915 de 24 de Maio de 2018 – Provimento 07/2018

Rio grande do Norte – 28/05/2018
https://goo.gl/E7i7aS

DESAFIOS

Poucos cartórios realmente entenderam a importância de um processo desburocratizado, por autodeterminação e de forma direta nos cartórios.

Temos recebido diversas denuncias em que cartórios estariam recusando o cumprimento da decisão do STF, elegendo a não regulamentação pelo CNJ como motivo para o descumprimento. Há ainda casos em que cartórios que estão cumprindo a decisão, mas tem exigido documentos e laudos que contrariam o que ficou decidido pelo STF.

Temos participado de diversas atividades pelo país a respeito da importância da regulamentação para evitar todos esses desencontros de informações para que possamos pressionar os orgaos competentes sobre a importância da regulamentação, a fim de coibir abusos e negativas a um direito que nos é garantido.

CAMPANHA MEU NOME IMPORTA

Desta forma, esperamos que com esta ação, o estado do Rio de Janeiro possa garantir a população Trans que seja cumprida a determinação do STF e que não fiquemos aguardando a resolução do CNJ, visto que após publicação do Diário Oficial da União, a decisão passa a ter força de lei e não devem ser envidados esforços para a efetivação plena desta conquista.

Vamos em frente, na luta por direitos!

Rio Grande do Norte Regulamenta Decisão do STF

Direitos e Política

Hoje, 28/05/2018, o movimento social organizado do Rio Grande do Norte conseguiu uma grande vitória. Uma conquista inédita frente a batalha pela cidadania da população de Travestis e Transexuais.

A Desembargadora do Tribunal de Justiça, Sra Zeneide Bezerra, na presença de diversas instituições da sociedade civil e representantes do poder público, assinou a regulamentação da Decisão do STF, em que pessoas Trans podem realizar a sua retificação registral diretamente nos cartórios, se tornando o SEXTO estado da federação a regulamentar o procedimento – de acordo com a ANTRA. As cidadãs travestis e Mulheres Transexuais, bem como os Homens Trans do estado, poderão fazer suas alterações em seus respectivos cartórios.

“A assinatura do provimento abrirá as portas para a garantia do direito de ter um nome e gênero pelo qual vários potiguares, muitas vezes invisibilizados, realmente se identificam. Além da concretização do sonho de muitos homens e mulheres trans de terem seu nome legitimizado, teremos a esperança de que muitxs ingressem nas escolas e nos serviços de atenção, como o da saúde por exemplo, já que o nome era uma grande barreira durante o acolhimento da nossa população. Ainda temos muito pelo que lutar, mas este já foi um passo gigante, e uma grande conquista para o movimento social. Esperamos que como os demais 5 estados, o RN seja exemplo para os demais 20 estados brasileiros, que eles abram as portas e uniformizem esse direito para todas as pessoas trans do Brasil, trazendo a dignidade para toda esta população.” – Lucas Azevedo – ONG ATREVIDOS/RN – Parceiro ANTRA

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Assinatura do provimento STF – RN

Em 1º de março de 2018, o STF reconheceu e autorizou pessoas trans a mudar o seus pré-nomes e gênero, mesmo sem cirurgia ou decisão judicial. Sem laudos médicos e por autodeterminação.

De acordo com o levantamento da ANTRA, o Ceará foi o primeiro estado a regulamentar a decisão. E hoje já tem provimento os estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e Goiás.

Uma vitória que hoje foi comemorada por a população trans do estado. A cidade de Mossoró, já conhecida por ser a “Terra da Liberdade” foi protagonista também da luta trans, mesmo antes do provimento ser assinado pela desembargadora Zeneide Bezerra no ambito estadual, as pessoas trans já podiam fazer suas retificações nos cartórios da cidade.

A publicação do provimento será feita no dia 29 de maio por meio do Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Norte.

Informações:

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Jaqueline Brasil – ONG Atrevida/RN – Afiliada ANTRA

 

ANTRA oficia DPU e esta envia recomendação ao IBGE sobre a população Trans no censo 2020

Direitos e Política

Em março de 2018 a ANTRA, após dialogo com diversas instituições e em uma articulação feita pela sua Secretaria de Articulação Politica, oficiou a Defensoria Pública da União (DPU) a respeito da inclusão de temas relacionados a população de Travestis e Transexuais no censo do IBGE previsto para 2020.

A Defensoria Pública da União (DPU) enviou recomendação ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para que inclua no Censo 2020 questionamentos acerca da identidade de gênero e da orientação sexual dos entrevistados. O objetivo é promover a coleta de dados que possam balizar a implementação de políticas públicas voltadas à população LGBTI no país, em especial para as pessoas trans.

Censo

“A recomendação visa a uma solução extrajudicial para uma questão de grande relevância, que é quantificar um segmento da população hipervulnerável, independentemente de classe social”, afirmou o defensor regional de direitos humanos no Rio de Janeiro, Thales Arcoverde Treiger. Ele assina o documento com o Grupo de Trabalho Identidade de Gênero e Cidadania LGBTI da DPU.

Na recomendação, a DPU pede que o IBGE tome as medidas necessárias para que, nos resultados finais do censo, seja possível identificar o quantitativo populacional de pessoas trans, bem como sua escolaridade média, faixa salarial, situação familiar e estimativa de vida.

A DPU estipulou um prazo de 30 dias para a resposta do IBGE.

Leia a íntegra da recomendação.

Fonte: DPU

Dia do Orgulho de Ser Travesti e Transexual

Direitos e Política

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15/05 – DIA DO ORGULHO DE SER TRAVESTI E TRANSEXUAL

”Foi em 15 de maio de 1992 que germinou a semente do que conhecemos hoje como Movimento organizado de Travestis e Transexuais. Mas foi um grupo de seis pioneiras Travestis que deram a cara a tapa pela primeira vez cansada das dificuldade vividas naquele período, e que resolveram sair da clandestinidade que viviam e “peitaram” de fato a sociedade e o “cistema” daquele período.

A partir de lá muitas coisas aconteceram outras identidades se somaram nessa luta e hoje comemoramos também esses pequenos avanços e conquistas. O dia do orgulho de ser Travesti e Transexual também não vem se contrapor a data de 29 de janeiro Dia da Visibilidade Trans, pois as datas dialogam entre si e não divergem.

Ademais podemos sim comemorar pois cada dia de sobrevivência nossa já vale comemorar a existência de sermos o que somos. E uma última informação. Esse comunicado não é um pedido de autorização, mas sim uma comunicação para que a data seja saudada por quem quiser e puder comemorar em forma de saudação, atividades, eventos enfim. KEILA SIMPSON SOUSA PRESIDENTRA DA ANTRA”

O Movimento Nacional, organizado, de Travestis e Transexuais nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 15 de maio de 1992, através do grupo ASTRAL – Associação de Travestis e Liberados, que se tornou a primeira ONG de Travestis e Transexuais da América Latina. Até a data não se tinha conhecimento de outra associação específica, feita por e para pessoas Trans na região.

Idealizado por um grupo de 6 Travestis, sendo elas Jovanna Baby, Jossy Silva, Elza Lobão, Beatriz Senegal, Raquel Barbosa e Munique do Bavier. Com objetivo de atuar no resgate da cidadania plena, inclusão social e enfrentamento da violência cometida pela sociedade em geral contra a nossa população. Bem como a luta pela conscientização e prevenção do HIV/Aids, e o apoio às pessoas positivas.

Por esse motivo, discutimos a importância de marcar a data de criação deste movimento no Rio de Janeiro no calendário nacional, como o Dia do Orgulho de Ser Travesti e Transexual. Uma data que não anula ou se contrapõe a data do 29 de janeiro – Dia da Visibilidade Trans, já ratificada no Brasil.

Ambas são importantes e somam forças para a luta das Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans.

O 15 de Maio marca uma data histórica para o segmento no Brasil, desconhecida pela maioria, pois pela primeira vez essa população estava se organizando de forma política, o que causou visibilidade e repercussão na mídia, que publicizavam a ação, dada a sua importância ao articular essas pessoas em associações, para aumentar as forças coletivas e lutar pela existência das pessoas Travestis e Transexuais.

Filtro do Dia do Orgulho Trans para redes sociais

O Fórum de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro reconhece, ratifica e institui nacionalmente, a partir do ano de 2017, o Dia 15 de maio, como o DIA DO ORGULHO DE SER TRAVESTI E TRANSEXUAL, para que a nossa história seja lembrada, fique registrada e conhecida nacionalmente, e para que tenhamos cada vez mais Orgulho de ser quem somos!

O Fórum dialogou com a deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB), que é presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da ALERJ, para a criação da PL que reconhece a data no calendário oficial do estado do Rio de Janeiro. A PL tramita na Câmara.

Para que a nossa história seja lembrada, fique registrada e conhecida nacionalmente, e para que tenhamos cada vez mais Orgulho de ser quem somos, este ano a data será comemorada em vários estados com ações da mais diversas redes.

 

Organizações Nacionais, Regionais e estaduais que Apoiam a instituição e reconhecimento da importância da data:
ABGLT – ABRAFH – ANOTTRANS – ANTRA – ASTRA – ANTRAFA – ATRANS-CE – CEDS-RJ – FONATRANS – FORUMTT-ES – FORUMTT-PI – IBRAT – IBTE – RENOSP LGBT – UNALGBT – UNEGRO LGBT – AGPT – ALIANÇA NACIONAL – SEMEAR DIVERSIDADE

#15Maio #DiaDoORGULHOTrans #OrgulhodeSER #OrgulhodeSerHomemTrans #OrgulhoTT #OrgulhoTravesti #OrgulhoTrans

 

Entrega do Relatório da ANTRA à CIDH

Direitos e Política

ANTRA, em parceria com a ABGLT, estará participando do 168º Período de Sessões da Corte Interamericana dos Direitos Humanos, em Santo Domingo, Republica Dominicana, de 03 a 11 de maio de 2018.

 

168

O Secretário de Relações Internacionais da ABGLT, Sr. Victor de Wolf, falará em nome da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos, na audiência sobre o dever de proteção das pessoas defensoras dos Direitos Humanos, no contexto dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes no Brasil.

Programação completa 168ª Sessão CIDH

Na audiência pública que acontece hoje, 08/05 na CIDH, foi entregue o Relatório do Mapa dos Assassinatos de Travestis e Transexuais Brasileiras em 2017, produzido pela ANTRA diretamente nas mãos da presidenta da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Sra Margarette May Macaulay. A fim de denunciar os assassinatos e a crescente onda de violência contra a população de Travestis e Transexuais, inclusive contra militantes e defensoras dos Direitos Humanos que foram brutalmente assassinadas em 2017.

Leia: Onda Crescente de Violência contra pessoas Trans em 2018

Assim como fizemos junto a ONU, em Janeiro deste ano, esperamos que a CIDH tome alguma providencia a fim de instar o Brasil como responsável por estes assassinatos e que o mesmo seja condenado através da ação em que estamos denunciando o país as cortes internacionais.

Mais atualizações em breve.

Dandara e a Transfobia Omitida pelo Estado

Violência

Governo do Estado do Ceará NÃO CONSIDERA A MORTE DE DANDARA (e tantas outras) COMO TRANSFOBIA. Mesmo diante da crueldade com que o assassinato aconteceu, foi filmado e vinculado nas redes sociais.

No Ceará, o Estado mais matou Travestis e Transexuais do Brasil em 2017 (único estado que aparece nas listas de dados absolutos e em dados proporcionais – ANTRA e IBTE), que Matou Dandara e Herika de formas brutais.

Nem mesmo o caso Dandara foi visto (institucionalmente) como Transfobia. Apesar de a Transfobia ter sido reconhecida como qualificadora pelo Tribunal do Júri. Mais de um ano depois, e ainda não existe essa possibilidade de constar a Transfobia como motivo.

Dandara Campanha

Não existe a possibilidade de enquadramento como Transfobia como motivo presumido nos Registros de Ocorrência e nem reconhece esses assassinatos como feminicídio – com certeza em outros estados essa prática é recorrente.

Este ano já foram 5 assassinatos no Ceará (até abril/2018) e nenhum enquadrado como Transfobia ou Feminicidio.

Este é o reflexo do Brasil, que invisibiliza e nega nossas identidades até na hora de nossas mortes. Que nos trata no masculino depois de mortas, inclusive durante todo julgamento. Que solta assassinos confessos (Teresina-PI.2017). Que tem nos caçado desde a ditadura.

Que vem se omitindo de olhar para essa violência contra a nossa população e nega a possibilidade qualificar esses crimes que são específicos com nuances e motivações específicas, para continuar calado frente ao apagamento de nossas vidas que vem sendo perpetuada pelo próprio estado.

Repudiamos essa ação que corrobora com os assassinatos e gera a impunidade dos assassinos de outros casos, em sua maioria soltos e sem nenhuma investigação em curso.

Não iremos aceitar caladas! TRANSFOBIA É CRIME!

Parem de nos matar!

Rio de Janeiro, 02 de maio de 2018.

Bruna Benevides
Secretária de Articulação Política ANTRA

#Paremdenosmatar #MeuNomeImporta #ANTRA #IBTE #CriminalizeLGBTIfobia

Parceria no Mapeamento da Violência Contra a população Trans

Direitos e Política, Violência

Diante do Aumento da Violência contra a nossa população, a ANTRA e o IBTE fecham parceria importante no mapeamento dos assassinatos e violação dos direitos das pessoas trans.

Jan- Abr 2018

A Prof. Sayonara Nogueira, que faz o levantamento há 4 anos e hoje é responsável pelo mapeamento dos assassinatos, tentativas e violações dos Direiros Humanos de Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans junto ao IBTE, aceitou o Convite da Presidenta da ANTRA, Sra Keila Simpson, para firmarmos uma parceria importante a fim de que os dados se tornem ainda mais visíveis e que a partir da união das duas principais redes que fazem este levantamento da população Trans, possamos traçar medidas eficazes de enfrentamento a essa violência.

Bruna Benevides, Secretária de Articulação Politica e autora do Mapa e relatório dos Assassinatos de Travestis e Transexuais Brasileiras da ANTRA em 2017 esteve reunida com a Prof Sayonara, em Brasília_DF, a fim de dialogarem sobre a importância desta parceria, discutir as metodologias e estratégias, além de trocarem suas experiências e criarem um plano de trabalho. Contaram ainda com a Presença da Secretária Nacional de Políticas LGBTI do Ministério dos Direitos Humanos, Senhora Marina Reidel.

Bruna e SayonaraBruna, Marina e Sayonara

Ambas estarão participando no I Seminário Internacional de Assassinatos da População LGBTI, apresentando os crescentes dados. Onde poderão discutir com outros segmentos e dialogar com representantes de outros países e do poder públicos sobre o combate efetivo destes assassinatos e a denuncia do Brasil frente as cortes internacionais.

Em Janeiro de 2018, a ANTRA fez a entrega do relatório final dos Assassinatos de Travestis e Transexuais Brasileiras da ANTRA em 2017 a ONU, na presença de diversas Instituições e representantes da sociedades civil e do poder público.

Bruna Benevides ONU

Entrega do Relatório ao Sr Jaime Nadal – ONU Brasil